quinta-feira, 17 de novembro de 2011
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Soneto moral
Silence, John Henry Fuseli, 1799-1801
Horas breves do meu contentamento
Nunca me pareceu, quando vos tinha,
Que vos visse mudadas tão asinha
Em tão compridos anos de tormento.
Os meus castelos, que fundei no vento,
O vento mos levou, que mos sostinha,
Do mal, que me ficou, a culpa é minha,
Pois sobre cousas vãs fiz fundamento.
Amor com falsas mostras aparece,
Tudo possível faz, tudo assegura,
E logo no melhor desaparece.
Oh dano grande, oh grande desventura!,
Que, por pequeno bem, que em fim falece,
Se aventura im bem que sempre dura!
Infante D.Luís (filho de D.Manuel I)
Artur Rubinstein - Liebestraum nº3 Liszt - 1954
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
"Le Tourbillon"
Jules et Jim, de François Truffaut, 1962
Gloriae Mundi
Alegorias da Vida,
Cinema,
Jeanne Moreau,
Música,
Truffaut
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Espelhos VII
Ruth Bernard, Virginia com espelho, 1967
Maura Sullivan, Retrato de Kamille
Reflexos, 1900
Clarence H. White, 1909
Vivien Leigh em Um Eléctrico Chamado Desejo, 1951
Tallulah Bankhead
Joanne Woodward, As 3 Faces de Eva, 1957
Jayne Mansfield
Marcel Marien, O Espelho Sábio
Imogen Cunningham, Jane e Alice e Imogen, 1940
Francesca Woodman
Erwin Blumenfeld
Cary Grant, 1944
Brigitte Bardot
Anónimo, 1860
Betty Lago por David Seidner, 1986
Peggy Guggenheim por Andre Kertesz, 1945
Alain Fleischer, 1984
Alice Bendo
Jane Burton
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Acordar
Tilda Swinton por Simon Annand
(...)
Nada para mim é tão belo como o movimento e as sensações.
A vida é uma grande feira e tudo são barracas e saltimbancos.
Penso nisto, enterneço-me mas não sossego nunca.
(...)
Minha dor é velha
Como um frasco de essência cheio de pó.
Minha dor é inútil
Como uma gaiola numa terra onde não há aves,
E minha dor é silenciosa e triste
Como a parte da praia onde o mar não chega.
Chego às janelas
Dos palácios arruinados
E cismo de dentro para fora
Para me consolar do presente.
Dá-me rosas, rosas,
E lírios também...
Mas por mais rosas e lírios que me dês,
Eu nunca acharei que a vida é bastante.
Faltar-me-á sempre qualquer coisa,
Sobrar-me-á sempre de que desejar,
Como um palco deserto.
(...)
Álvaro de Campos
Gloriae Mundi
Alegorias da Vida,
Fernando Pessoa,
Poesia
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