Um filme de 1922.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Death and the Maiden
Vanité, c.1920
Giorgia Napoletano
H. von Jan 1900
Natalia Vodianova
Franz Fiedler 1920
Josephine Sacabo, Susana y la Muerte, 2003
Nadja Auermann, por Richard Avedon
Gloriae Mundi
Alegorias da Morte
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
A Morte e a Donzela
Death and the Maiden, Pierre Puvis de Chavannes, 1872
O mito de Perséfone, raptada por Hades, deus do Inferno, prefigura já o conflito entre Eros e Thanatos. A jovem deusa colhia flores despreocupadamente quando reparou num belo narciso e o apanhou. Nesse momento o chão abriu-se e Hades emergiu do submundo raptando-a.
O rapto de Perséfone, de Bernini
Esta velha visão ganhou novos contornos no final do século XV e tornou-se no tema da Morte e da Donzela. Em muitas das Danças da Morte medievais já se assistia à representação da Morte na companhia de uma bela dama ou donzela, mas sem qualquer carga erótica. No entanto, no tema da Morte e da Donzela, algo novo surgiu - um elo sinistro entre sexualidade e morte (eros / thanatos).
Fresco de Berna
Neste tipo de iconografia, a jovem deixa de estar envolvida numa dança para se encontrar numa relação sensual, que se tornará cada vez mais erótica. Ao contrário da dança da morte, não encontramos versos explicativos nas representações da Morte e da Donzela. Assim a sua função didáctica perde um pouco da sua importância a favor de uma crescente sensualidade (não esqueçamos que o tema, muitas vezes, servia de pretexto para mostrar a nudez feminina). No entanto, o objectivo moralista permanecia: a vida é efémera assim como a beleza de uma mulher. O seu corpo, o seu rosto, os seus cabelos, os seus seios alimentarão, um dia, os vermes da terra.
Esta obra de Niklaus Manuel Deutsch, de 1517, mostra bem a transição entre a dança da morte e o tema da morte e da donzela. A Morte é aqui um cadáver em decomposição que rudemente agarra a rapariga, beija-a e coloca a mão no seu sexo. A jovem não parece resistir a este amante aterrador.
Neste quadro de Hans Baldung Grien, a Morte agarra a donzela pelos cabelos e aponta na direcção da sepultura cavada no chão. A rapariga não resiste, os seus olhos estão vermelhos e lágrimas correm-lhe pela face; compreende que é chegado o seu fim. Grien pintou vários quadros semelhantes - vejamos mais três:
A próxima gravura (de Hans Sebald Beham - 1548), mostra um esqueleto alado segurando uma ampulheta junto de uma jovem que dorme numa posição muito sugestiva e estranhamente descontraída....
Nesta gravura de Edward Munch, datada de 1894, a Morte é esqueleto mas não é uma figura agressiva. Quebrando a tradição, há aqui a sugestão da vitória do Amor sobre a Morte, uma vez que mulher, ao invés de ser dominada, abraça a Morte apaixonadamente.
Ainda com Munch, em O Beijo da Morte (1899) vemos a continuação da mesma linha de pensamento. O longo cabelo da jovem cobre o pescoço e os ombros da Morte, que ternamente lhe beija a face.No entanto, ela permanece indiferente e olha para longe. Mais uma vez, a donzela parece dominar.
Este quadro de Marianne Stokes, datado de 1900, apresenta uma diferença. A Morte não é um cadáver nem um esqueleto mas sim uma mulher alada, trajada de negro. A jovem encontra-se na cama, desperta, e puxa as cobertas para si, num gesto de modéstia. Não há nenhum contacto físico. A Morte faz um gesto apaziguador com a mão esquerda. Dir-se-ia que aqui não há nenhum aviso contra a vaidade. Apenas é evocada, como que num sonho, a morte súbita de uma rapariga durante o seu sono.
Neste quadro, pintado por Egon Schiele em 1915, a Morte é representada por um homem. Numa paisagem surreal, uma rapariga abraça-o. Há um estranho contraste entre os seus braços descarnados e as suas pernas fortes e musculadas. A pintura sugere mais melancolia do que medo. À semelhança de Stokes, Schiele afasta-se da alegoria tradicional para representar a despedida de um casal.
Gloriae Mundi
Alegorias da Morte,
Edward Munch,
Egon Schiele,
Hans Baldung Grien,
Marianne Stokes
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
A Dança da Morte
Der Doten Dantz, Heinrich Knoblochzer
Crê-se que o género artístico da dança da morte teve o seu desenvolvimento em França. O mural da dança da morte do Cemitério dos Inocentes em Paris, pintado em 1424, é considerado como a origem desta tradição (embora tenha sido depois destruído, esta obra chegou até nós através de uma reprodução em livro publicada em 1485 por Guyot Marchant). Outros frescos com o mesmo tema surgiram em Londres (1430), Lubeck (1463) e outras cidades europeias, mostrando que na segunda metade do século XV, a dança da morte ganhou muita popularidade.
As danças eram, na maior parte das vezes, pintadas (ou mais raramente esculpidas) nas paredes exteriores de claustros, de jazigos ou no interior de algumas igrejas. Estes frescos apresentavam um cadáver ou um esqueleto com um sinal distintivo da sua classe social em vida. Podendo variar o número de personagens, a dança da morte tomava muitas vezes a forma de uma farândola. Por baixo ou por cima das pinturas, surgem versos através dos quais a Morte se dirige às suas vítimas. O tom é acusador, por vezes, cínico e sarcástico. Depois vem a súplica do Homem, cheia de remorso e desespero.
Bernt Notke
Mas a Morte conduz todos à dança - papas, cardeais, bispos, abades, padres, imperadores, reis, nobres, cavaleiros, doutores, mercadores, usurários, ladrões, camponeses,e até crianças inocentes. Ela não se importa com a posição social, nem com a riqueza, sexo ou idade daqueles que puxa para a sua dança. Muitas vezes aparece representada com um instrumento musical. A música assume assim um poder encantatório e diabólico - um pouco à semelhança do canto da sereia ou do flautista de Hamelin...
Antes da criação das primeiras danças da morte, já existia um género literário denominado Vado Mori: poema escrito em Latim, de origem francesa, que remonta ao século XIII. Nestes poemas, os representantes das várias classes sociais também se lamentam sobre a sua morte iminente, mas, ao contrário da dança, nenhum espectro lhes responde. O termo "danse macabre" já era conhecido e usado antes de 1424 (data da criação do mural de Paris). No poema intitulado Respit de la Mort, Jean Lefevre diz:
Je fis de Macabre la danse,
Qui tout gent maine à sa trace
E a la fosse les adresse.
Na Idade Média, a dança da morte era entendida como um aviso para os poderosos, um consolo para os pobres e um apelo para uma conduta de vida mais responsável e cristã. Mas a sua ideia básica é ainda mais simples e intemporal: lembra-nos a efemeridade da vida e que todos morreremos, sem excepção. Não é de admirar pois que todas as épocas tenham a sua dança da morte.
Les Morts musiciens
Vous, qu'une destinée commune
Fait vivre dans des conditions si diverses,
Vous danserez tous cette danse
Un jour, les bons comme les méchants.
Vos corps seront mangés par les vers.
Hélas! Regardez-nous:
Morts, pourris, puants, squelettiques;
Comme nous sommes, tels vous serez.
(Cemitério dos Inocentes - Paris)
Death My Irony Surpasses All Others, Odilon Redon, 1899
Gloriae Mundi
Alegorias da Morte
segunda-feira, 1 de agosto de 2011
Litanies of the rose
Rose with dark eyes,
mirror of your nothingness,
rose with dark eyes,
make us believe in the mystery,
hypocrite flower,
flower of silence.
Rose the colour of pure gold,
oh safe deposit of the ideal,
rose the colour of pure gold,
give us the key of your womb,
hypocrite flower,
flower of silence.
Rose the colour of silver,
censer of our dreams,
rose the colour of silver,
take our heart and turn it into smoke,
hypocrite flower,
flower of silence.
Remy de Gourmont
As rosas de Heliogabalo, Sir Lawrence Alma-Tadema, 1888
mirror of your nothingness,
rose with dark eyes,
make us believe in the mystery,
hypocrite flower,
flower of silence.
Rose the colour of pure gold,
oh safe deposit of the ideal,
rose the colour of pure gold,
give us the key of your womb,
hypocrite flower,
flower of silence.
Rose the colour of silver,
censer of our dreams,
rose the colour of silver,
take our heart and turn it into smoke,
hypocrite flower,
flower of silence.
Remy de Gourmont
As rosas de Heliogabalo, Sir Lawrence Alma-Tadema, 1888
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