domingo, 28 de agosto de 2011

Espelho Quebrado

Out flew the web and floated wide;
The mirror crack'd from side to side; 
"The curse is come upon me," 
cried The Lady of Shalott.

Tennyson

Dave Coba, broken, 2008

Dave Coba, broken, 2008

Esther Elenbas de Hartog, 1953-55

Paul Cava, Man Woman, 1998

Michael Thompson, 2009

Christopher Voelker

Brigitte Bardot em La Verité, de Henri-Georges Clouzot, 1960

Kiki de Montparnasse em L'étoile de mer, de Man Ray, 1928

Rita Hayworth em The Lady from Shangai, de Orson Welles, 1947


quarta-feira, 24 de agosto de 2011

The Harlot's House

Gustav Adolf Mossa, Valse Macabre, 1906

We caught the tread of dancing feet,
We loitered down the moonlit street,
And stopped beneath the harlot’s house.

Inside, above the din and fray,
We heard the loud musicians play
The ‘Treues Liebes Herz’ of Strauss.

Like strange mechanical grotesques,
Making fantastic arabesques,
The shadows raced across the blind.

We watched the ghostly dancers spin
To sound of horn and violin,
Like black leaves wheeling in the wind.

Like wire-pulled automatons,
Slim silhouetted skeletons
Went sidling through the slow quadrille,

Then took each other by the hand,
And danced a stately saraband;
Their laughter echoed thin and shrill.

Sometimes a clockwork puppet pressed
A phantom lover to her breast,
Sometimes they seemed to try to sing.

Sometimes a horrible marionette
Came out, and smoked its cigarette
Upon the steps like a live thing.

Then, turning to my love, I said,
‘The dead are dancing with the dead,
The dust is whirling with the dust.’

But she—she heard the violin,
And left my side, and entered in:
Love passed into the house of lust.

Then suddenly the tune went false,
The dancers wearied of the waltz,
The shadows ceased to wheel and whirl.

And down the long and silent street,
The dawn, with silver-sandalled feet,
Crept like a frightened girl.

Oscar Wilde ”The Harlot’s House” 1885

Gustav Adolf Mossa, The Dead Women, 1908

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Danse Macabre

Um filme de 1922.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Death and the Maiden

Vanité, c.1920

Giorgia Napoletano 

H. von Jan 1900 

Natalia Vodianova

Franz Fiedler 1920 

 Josephine Sacabo, Susana y la Muerte, 2003

Nadja Auermann, por Richard Avedon

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A Morte e a Donzela

Death and the Maiden, Pierre Puvis de Chavannes, 1872

O mito de Perséfone, raptada por Hades, deus do Inferno, prefigura já o conflito entre Eros e Thanatos. A jovem deusa colhia flores despreocupadamente quando reparou num belo narciso e o apanhou. Nesse momento o chão abriu-se e Hades emergiu do submundo raptando-a.

O rapto de Perséfone, de Bernini

Esta velha visão ganhou novos contornos no final do século XV e tornou-se no tema da Morte e da Donzela. Em muitas das Danças da Morte medievais já se assistia à representação da Morte na companhia de uma bela dama ou donzela, mas sem qualquer carga erótica. No entanto, no tema da Morte e da Donzela, algo novo surgiu - um elo sinistro entre sexualidade e morte (eros / thanatos).

Fresco de Berna

Neste tipo de iconografia, a jovem deixa de estar envolvida numa dança para se encontrar numa relação sensual, que se tornará cada vez mais erótica. Ao contrário da dança da morte, não encontramos versos explicativos nas representações da Morte e da Donzela. Assim a sua função didáctica  perde um pouco da sua importância a favor de uma crescente sensualidade (não esqueçamos que o tema, muitas vezes, servia de pretexto para mostrar a nudez feminina). No entanto, o objectivo moralista permanecia: a vida é efémera assim como a beleza de uma mulher. O seu corpo, o seu rosto, os seus cabelos, os seus seios alimentarão, um dia, os vermes da terra.


Esta obra de Niklaus Manuel Deutsch, de 1517, mostra bem a transição entre a dança da morte e o tema da morte e da donzela. A Morte é aqui um cadáver em decomposição que rudemente agarra a rapariga, beija-a e coloca a mão no seu sexo. A jovem não parece resistir a este amante aterrador.


Neste quadro de Hans Baldung Grien, a Morte agarra a donzela pelos cabelos e aponta na direcção da sepultura cavada no chão. A rapariga não resiste, os seus olhos estão vermelhos e lágrimas correm-lhe pela face; compreende que é chegado o seu fim. Grien pintou vários quadros semelhantes - vejamos mais três:




A próxima gravura (de Hans Sebald Beham - 1548), mostra um esqueleto alado segurando uma ampulheta  junto de uma jovem que dorme numa posição muito sugestiva e estranhamente descontraída....



Nesta gravura de Edward Munch, datada de 1894, a Morte é esqueleto mas não é uma figura agressiva. Quebrando a tradição, há aqui a sugestão da vitória do Amor sobre a Morte, uma vez que mulher, ao invés de ser dominada, abraça a Morte apaixonadamente.

Ainda com Munch, em O Beijo da Morte (1899) vemos a continuação da mesma linha de pensamento. O longo cabelo da jovem cobre o pescoço e os ombros da Morte, que ternamente lhe beija a face.No entanto, ela permanece indiferente e olha para longe. Mais uma vez, a donzela parece dominar.




Este quadro de Marianne Stokes, datado de 1900, apresenta uma diferença. A Morte não é um cadáver nem um esqueleto mas sim uma mulher alada, trajada de negro. A jovem encontra-se na cama, desperta, e puxa as cobertas para si, num gesto de modéstia. Não há nenhum contacto físico. A Morte faz um gesto apaziguador com a mão esquerda. Dir-se-ia que aqui não há nenhum aviso contra a vaidade. Apenas é evocada, como que num sonho, a morte súbita de uma rapariga durante o seu sono.


Neste quadro, pintado por Egon Schiele em 1915, a Morte é representada por um homem. Numa paisagem surreal, uma rapariga abraça-o. Há um estranho contraste entre os seus braços descarnados e as suas pernas fortes e musculadas. A pintura sugere mais melancolia do que medo. À semelhança de Stokes, Schiele afasta-se da alegoria tradicional para representar a despedida de um casal.
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