domingo, 18 de setembro de 2011
Trova ao Amor e à Fortuna
Francis A. Willey
Amor e Fortuna são
Dous deuses que os antigos
Ambos os pintaram cegos:
Ambos não seguem rezão;
Ambos aos mores amigos
Dão mores desassossegos;
Ambos são sem piedade;
Ambos não lhe tomais tino
Do querer ou não querer;
Ambos não falam verdade:
Amor é cego minino,
Fortuna é cega mulher.
Sá de Miranda
Gloriae Mundi
Poesia,
Sá de Miranda
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
Esparsa
Ó meus castelos de vento
que em tal cuita me pusestes,
como me vos desfizestes!
Armei castelos erguidos,
esteve a fortuna queda,
e disse:– Gostos perdidos,
como is a dar tão grã queda!
Mas, oh! fraco entendimento!
em que parte vos pusestes
que então me não socorrestes?
Caístes-me tão asinha
caíram as esperanças;
isto não foram mudanças,
mas foram a morte minha.
Castelos sem fundamento,
quanto que me prometestes.
quanto que me falecestes!
Sá de Miranda
Gutman & Gutman 1905
que em tal cuita me pusestes,
como me vos desfizestes!
Armei castelos erguidos,
esteve a fortuna queda,
e disse:– Gostos perdidos,
como is a dar tão grã queda!
Mas, oh! fraco entendimento!
em que parte vos pusestes
que então me não socorrestes?
Caístes-me tão asinha
caíram as esperanças;
isto não foram mudanças,
mas foram a morte minha.
Castelos sem fundamento,
quanto que me prometestes.
quanto que me falecestes!
Sá de Miranda
Gutman & Gutman 1905
Gloriae Mundi
Alegorias da Vida,
Poesia,
Sá de Miranda
sábado, 3 de setembro de 2011
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