sábado, 24 de novembro de 2012
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Começaste muito antes do caixão
Claude Verlinde |
Começaste muito antes do caixão.
Não remonto propriamente ao berço,
nem à velha que rezava o terço,
enquanto respondias, grão a grão.
Antes de seres «o morto» que és agora,
antes de teres vigência e estatuto,
há muito que não perdias pela demora
de vires encher o esquife devoluto.
Entra, pois, que estás em tua casa
por direito mais que natural.
Cautela com essa perna! Fecha a asa!
És um chato de morto, um anormal!
Acabou-se a farândola! Vai lá
tirar-me da cara esses cosméticos.
Há um que espera, queixo contra a pá,
e uns que já não podem de tão sérios.
Morto perfeito, ó meu só retrato
de gaveta em gaveta, na desarrumação,
a morte não te pede o grande acto
e já é tarde para dares o não.
Alexandre O'Neill
Andreas Paul Weber (1893-1980) |
Gloriae Mundi
Alegorias da Morte,
Alexandre O'Neill,
Poesia
sábado, 17 de novembro de 2012
Algumas flores
James Christensen, A Primeira Rosa |
algumas flores
teimam em viver
apesar do tempo
apesar do peso
apesar da morte
apesar de algumas
que teimam em morrer
apesar de tudo.
Alice Ruiz
Edmund J. Sullivan, 1859 |
Gloriae Mundi
Alegorias da Morte,
Poesia
sábado, 3 de novembro de 2012
quinta-feira, 1 de novembro de 2012
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